Já vou começar este artigo com uma frase da série “verdades difíceis de ouvir”: uma Rede Social Corporativa (RSC), por si só não engaja.
Independente da plataforma e de suas funcionalidades, se não for feito um trabalho de gestão dessa rede, é muito difícil você conseguir os resultados de engajamento desejados.
O próprio nome já diz ‘rede social’; ou seja, este é um espaço feito para e por pessoas, onde elas podem se conectar, interagir e compartilhar interesses em comum. Mas, como o engajamento é uma via de mão dupla, essas pessoas também precisam ser estimuladas e orientadas a fazer o melhor uso deste espaço.
Sentiu um cheirinho de Community Management no ar?
Muito familiar para quem trabalha no mundo do Marketing Digital, a Gestão de Comunidade (como vamos nos referir neste artigo) surgiu como uma estratégia das marcas para estabelecer uma relação autêntica e mais humana com seus clientes e seguidores.
Junto com ela, também surgiu o Gestor de Comunidade, uma pessoa dedicada a conhecer, conectar e atender as necessidades dos membros da comunidade.
Em 2021, nós do BWG percebemos o potencial dessa estratégia para a gestão de Redes Sociais Corporativas e lançamos em um dos nossos clientes o primeiro projeto de Gestor de Comunidade: a Anna. Depois dela, já vieram a Ida, o Babo, a Cacá e a Ema!
Vem conferir como foi o processo de criação desses gestores e o impacto deles nas redes sociais corporativas dos nossos clientes.
‘First things First’
Um Gestor de Comunidade na Rede Social Corporativa exerce a função de conectar a empresa e seus colaboradores de uma forma mais humanizada.
Isso porque, a linguagem adotada por ele é mais informal e o tom de voz mais acolhedor e afetivo, se distanciando da lógica da comunicação formal. Mas como funciona o processo de criação e consolidação deste gestor?
Bom, tudo começa com a busca de referências e pesquisa! Por meio da análise do perfil de público da empresa, considere a diversidade em pontos como gênero, idade, raça e veja quais alternativas geram mais identificação com o cliente interno.
Feito esse estudo, é hora de elencar opções de nomes e avatares.
Quanto ao nome, a sugestão é que sejam nomes curtos, de fácil pronúncia e memorização.
Também é bacana trabalhar com apelidos ou nomes relacionados a empresa. Por exemplo, a Ema e o Babo possuem letras que compõem a marca.
Já a Cacá e a Ida, possuem relação com o nome da RSC. Coincidentemente, nos nossos cases, os Gestores de Comunidade eleitos pelos colaboradores são em sua maioria mulheres, mas, como dito anteriormente, isso se deve à identificação do público com o personagem feminino.
Já na hora de montar as opções de avatar, avalie o perfil dos colaboradores e veja qual diversidade de personagens faz mais sentido.
Por exemplo: um personagem masculino, outro feminino, um branco e um negro, um jovem e um de meia idade, um com black power, outro ruivo, um de óculos, outro sem.
Como envolver o colaborador e fazer ele comprar a ideia?
Na etapa anterior, sugerimos elencar no máximo três opções de nomes e avatares.
Na hora de escolher quem será o Gestor da Comunidade, apostamos em um processo colaborativo e democrático junto ao público. Envolver o colaborador neste processo auxilia para que a humanização do gestor seja feita de maneira orgânica.
No caso da Ida, através da funcionalidade de enquete, os colaboradores da empresa votaram para a contratação de uma nova colega que seria a responsável pela gestão da rede.
Já no caso da Anna, a própria web designer da empresa criou o avatar da gestora alinhado com os padrões da marca.
Para colocar o plano em prática, trabalhamos com um cronograma de ações que contempla: período de votação; divulgação do resultado; e, virada de chave.
O Gestor de Comunidade tá ON!
Chegou o momento de colocar a mão na massa e fazer o gestor parte desta comunidade. Antes de qualquer coisa, tenha em mente que:
É fundamental determinar a personalidade dessa persona: tom de voz, tipo de linguagem, principais características. Esses pontos vão guiar toda e qualquer interação do gestor na rede, construindo um storytelling linear, coerente e envolvente.
Outro ponto importante: apenas criar o Gestor não trará resultado algum! É preciso ter método, estratégia, cronograma e alguém dedicado a cuidar deste perfil. A partir daí, fique atento às oportunidades de interação com os usuários:
• Curta e comente nos posts dos colaboradores, gerando conversas relevantes.
• Por meio do chat se ofereça para ajudar, ou então, aproveite para identificar oportunidades de pautas, temáticas e conteúdos relevantes para o público.
• Está rolando alguma ação de engajamento e desafio? O gestor também precisa participar e engajar!
• Aproveite as datas comemorativas como Setembro Amarelo e Outubro Rosa, para personalizar o avatar do gestor.
Palavras finais de inspiração!
Como você pode perceber, este é um trabalho de formiguinha! Afinal, não é de um dia para o outro que se cria confiança e legitimidade, não é mesmo?
Os frutos deste esforço começam a ser colhidos de médio a longo prazo e, claro, por meio de erros e acertos.
No caso da Ida, foi possível identificar um crescimento de 30% no engajamento das publicações que antes eram feitas por um perfil genérico de comunicação.
Mas, nada é mais gratificante quando o colaborador vem em busca do Gestor de Comunidade pedindo ajuda ou dica; ou então, quando um usuário menciona o gestor em um comentário ou publicação.
Depois de ler a nossa experiência, você ficou com vontade de criar um Gestor de Comunidade para a RSC da sua empresa também? Então, aí vão três conselhos: aposte na diversidade e colaboração, fique atento às oportunidades de conexão com o público e persista!
*Artigo escrito em conjunto com Barbara Caetano e Tássia Jeager.
Por: Carolina Finger
Internal Communication & Employer Branding / Employer Branding Talks’s creator