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O fim da escala 6×1: Entenda sobre o movimento

O fim da escala 6×1 está sendo cada vez mais discutido, à medida que trabalhadores e movimentos questionam a prática que permite seis dias consecutivos de trabalho com direito a apenas um dia de descanso.

A escala 6×1 é amplamente utilizada em setores como comércio, indústria e serviços, mas muitos acreditam que ela precisa ser repensada para garantir um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, promovendo mais qualidade de vida fora do ambiente de trabalho.

 

O que é a escala 6×1 e por que o fim está sendo discutido?

A escala 6×1 é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que determina que o trabalhador tenha um dia de descanso após seis dias consecutivos de trabalho. Esse formato é amplamente adotado por empresas que operam de forma contínua, como fábricas, hospitais e o comércio.

Com o aumento das discussões sobre bem-estar no trabalho, muitos passaram a defender a extinção desse modelo, argumentando que ele contribui para um desequilíbrio na vida dos trabalhadores, dificultando atividades sociais, o lazer e o descanso mental adequados.

 

Quais os argumentos a favor do fim da escala 6×1?

Recentemente, diversos sindicatos e associações de trabalhadores questionaram o modelo 6×1, apontando que essa prática pode aumentar os níveis de estresse, cansaço acumulado e esgotamento emocional. Isso se alinha ao conceito de equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, no qual se busca proporcionar mais tempo para atividades fora do ambiente laboral.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que longas jornadas de trabalho e dias consecutivos sem descanso adequado podem aumentar o risco de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e transtornos mentais.

No Brasil, uma pesquisa conduzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que 43% dos trabalhadores brasileiros alegam que estão com sobrecarga de trabalho, o que pode impactar negativamente tanto os trabalhadores quanto o ambiente de trabalho..

Embora muitas empresas argumentem que a escala 6×1 é necessária para manter a operação eficiente, há dados que mostram que jornadas mais equilibradas podem melhorar tanto a produtividade quanto a saúde mental dos trabalhadores. 

A implementação de jornadas mais flexíveis, como o modelo 5×2, tem sido apontada como uma possível solução para garantir que os trabalhadores tenham mais tempo de descanso, o que pode refletir positivamente na qualidade do trabalho, além de reduzir custos com saúde e turnover.

 

Vida Além do Trabalho (VAT)

O conceito de Vida Além do Trabalho (VAT) surgiu como uma resposta à crescente pressão por jornadas de trabalho longas e à sobrecarga imposta pelo modelo de trabalho tradicional. A ideia do VAT promove a busca por um equilíbrio mais saudável entre vida profissional e pessoal, defendendo que o tempo fora do ambiente de trabalho é fundamental para o bem-estar mental, físico e social dos trabalhadores.

De acordo com a Petição Pública, o VAT propõe uma reorganização completa das jornadas, com o objetivo de garantir que as pessoas tenham tempo para descanso, lazer, convivência familiar e atividades que contribuam para a saúde e a qualidade de vida.

O movimento ressalta que a rigidez da escala 6×1, ao limitar o tempo de folga, impede que muitos trabalhadores desfrutem de atividades fora do ambiente de trabalho, o que pode levar ao desgaste emocional e à diminuição da satisfação pessoal.

Além disso, o VAT sugere que modelos de trabalho mais flexíveis e adaptados às necessidades humanas são uma tendência que pode contribuir para a diminuição de doenças relacionadas ao estresse e ao aumento da produtividade a longo prazo.

 

Movimentos globais e nacionais pela reformulação da jornada de trabalho

A demanda por jornadas mais equilibradas não é um movimento exclusivo do Brasil. Países como Suécia e Islândia já realizaram experimentos reduzindo a jornada semanal, e os resultados indicaram aumento da produtividade e maior satisfação dos trabalhadores.

No Brasil, a discussão sobre a escala 6×1 vem ganhando força, e algumas empresas já estão considerando adotar modelos alternativos, como a semana de cinco dias de trabalho e dois de descanso.

Esses movimentos reforçam a necessidade de rever práticas que podem impactar o bem-estar dos trabalhadores, visando aumentar a satisfação e melhorar o desempenho no longo prazo.

 

Leia também: Semana de 4 dias de trabalho: descubra os benefícios dessa prática

 

O que esperar no futuro para o fim da escala 6×1?

Embora não exista uma legislação formal em trâmite para acabar com a escala 6×1 no Brasil, a pressão por mudanças está aumentando. A reforma trabalhista de 2017 trouxe algumas flexibilizações, mas ainda há um caminho para se adaptar às novas demandas por mais qualidade de vida no trabalho.

Empresas que pretendem se antecipar a essas mudanças podem começar a repensar suas escalas de trabalho e implementar práticas que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, melhorando o bem-estar e a produtividade ao mesmo tempo.

As discussões sobre essa prática estão apenas começando, mas o debate sobre jornadas de trabalho mais equilibradas deve ganhar cada vez mais relevância nos próximos anos. Empresas e trabalhadores precisam estar atentos para garantir que a produtividade e o bem-estar caminhem juntos.

 

BWG

BWG (Best Way Group) é um ecossistema de tecnologia de pessoas voltado para o RH e os desafios de quem trabalha com gente. O BWG oferece cinco soluções que atendem às necessidades das novas formas de trabalho, como Folha de Pagamento, Consultoria & Corretora, Agência de Comunicação Interna e Plataforma de Comunicação.

Samarony Batista

Sou um profissional de Comunicação com 15 anos de experiência, sendo 6 deles só em empresas de tecnologia SaaS B2B. Graduei-me em Relações Públicas pela Universidade Federal do Amazonas e desde então tenho trilhado uma jornada focada em criar experiências positivas que conectam empresas aos seus públicos de forma autêntica. Atualmente, sou analista de marketing no BWG. Já atuei como relações-públicas na Justiça Federal, desempenhei o papel de coordenador de comunicação no CEST, assumi funções estratégicas como analista de comunicação interna na Zenvia e Movidesk, além de ter trabalhado como Customer Success na SocialBase e gestor de eventos na UEA.

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