Há mais de 12 anos trabalho com tecnologia aplicada à comunicação interna – e todas as ondas de mudança que vi passar convergiram para este momento. É como se estivéssemos ensaiando para chegar até aqui.
Três anos depois de um processo forçado de aceleração, vejo que as empresas estão, de fato, começando a entender que são formadas por conjunto de pessoas e que não terão futuro sem passar por uma grande transformação cultural. E isso engloba muitos aspectos, inclusive a tecnologia.
O papel da tecnologia como agente transformador na comunicação interna
A tecnologia é apenas a esteira que está nos transportando para um futuro do trabalho onde a real conexão acontece entre as pessoas.
Ou seja, entendemos que, sem ela, não conseguimos nos comunicar, mensurar nossas mensagens e nos conectar.
Mas o principal é que compreendemos dois pontos:
1. As relações existem com a mesma intensidade tanto no físico quanto no virtual .
2. Não há confiança sem transparência.
Isso tem sido fundamental para darmos os próximos passos rumo a uma comunicação verdadeiramente horizontal, orientada pela colaboração e alinhada às principais agendas da sociedade.
E decidi escrever um pouco sobre isso após o Aberje Trends 2022.
A evolução da mentalidade corporativa no Aberje Trends 2022
Após dois anos de muitos eventos online, mais de 300 comunicadores se encontraram presencialmente e trocaram cases, ideias, percepções e aprendizados sobre os impactos das transformações que têm acontecido na comunicação interna e externa.
Dentro desse contexto, foi possível observar a evolução das empresas a partir das falas de lideranças dos maiores players do mercado.
Esses porta-vozes de destaque trouxeram insights realmente relevantes sobre a importância de se aproximar das pessoas, escutar o que elas têm a dizer e adotar uma gestão humanizada e presente.
Todos, sem exceção, concordaram que não há como fazer isso ignorando a tecnologia.
Para você ter noção, trago como exemplo a Latam, que tem colaboradores trabalhando de forma completamente dispersa e sem um local único de encontro físico.
Segundo o CEO, Jerome Cadier, a empresa precisou repensar a frequência e a profundidade da comunicação interna.
E o aprendizado é que as adversidades acabaram reconectando as pessoas, mas isso só foi possível por meio do uso da tecnologia aliada a uma estratégia estruturada de comunicação.
Além da tecnologia, uma comunicação interna mais próxima e humanizada
Outro ponto que merece ser destacado é que, apesar das mudanças na forma como consumimos informação, as experiências continuarão a existir e precisamos que elas sejam positivas no contexto organizacional.
Afinal, estamos reconstruindo culturas. E as tecnologias não funcionam sozinhas, já que as pessoas são protagonistas nesse processo de transformação.
Dentro de todo esse contexto, vejo algumas palavras-chave como âncora na pavimentação desse caminho:
- Liderança humanizada e comunicadora
- Escuta ativa, consistente, intencional e focada em ações estruturadas
- Cultura diversa e inclusiva
- Responsabilidade coletiva
- Comunicação horizontal
- Comunicação colaborativa
Qual o reflexo de todas essas mudanças na jornada e experiência do colaborador?
A trajetória da transformação cultural é um trabalho realizado a muitas mãos, e é comum observar várias jornadas sendo construídas em pedaços.
Em muitos casos, são três ou quatro áreas responsáveis por partes dessa jornada dos profissionais, desde candidatos até ex-funcionários.
É como se houvesse uma agência para cada etapa, sem uma narrativa contínua e um fio condutor coerente ao longo do processo.
E, mesmo que cada área tenha um executivo responsável, o que se percebe é que a comunicação interna é o elo comum entre todas as fases.
Por isso, não adianta deixar as áreas de comunicação interna atuando à margem dessa trajetória, sendo responsável apenas por informar.
Agindo dessa forma, perdemos a chance de contar histórias e reafirmar, a cada conquista ou etapa concluída, o compromisso entre as partes como uma forma de manter talentos trabalhando de acordo com seu maior potencial.
Por isso, fiquei tão esperançosa quando vi CEOs falando sobre a jornada das pessoas e como elas se convertem para o futuro do trabalho.
Quando C-levels têm essa visão fica mais fácil operacionalizar estratégias alinhadas aos novos propósitos e valores que estamos construindo como sociedade.
Outro ponto importante nesse cenário é a responsabilidade das empresas em refletir internamente sobre a pluralidade da comunidade onde opera e deseja crescer.
E isso não significa apenas criar programas de Diversidade & Inclusão, mas mudar, de fato, o olhar sobre as estruturas sociais dentro das empresas. Afinal, a educação corporativa vem como um apoio fundamental da transformação cultural.
E o metaverso como espaço de interação na comunicação interna?
O tema do Aberje Trends 2022 foi metaverso. Então, não poderia deixar de falar desse tema, que impacta estratégias de comunicação externa e interna.
Sem entrar em detalhes técnicos relacionados à tecnologia, o metaverso continuará sendo sobre pessoas, conexões e experiências.
Do ponto de vista da comunicação com colaboradores, podemos pensar, por exemplo, em reuniões acontecendo “presencialmente” à distância.
E percebemos inúmeras possibilidades de criar experiências atrativas e positivas para os colaboradores utilizando esse espaço conhecido como metaverso.
Afinal, as tecnologias, que permitirão interações virtuais complexas, ainda serão sobre pessoas, suas experiências e conexões.
Agora, cabe a nós, profissionais de RH e Comunicação, transformar resistência em resiliência, distanciamento em engajamento e hierarquia em colaboração.
Quer saber mais sobre como é possível construir estratégias de comunicação interna humanizadas e que impactam positivamente o engajamento entre as pessoas? Faça o download do nosso report de 2022 sobre o uso de Redes Sociais Corporativas dentro de empresas.